O adversário-amigo-perigoso

Tendo feito tão explosiva declaração, passo a explicar.(muito bom essas colunas desse site, toda quarta, é fave!)

Homem-adversário é o espécime clássico do sexo masculino, aquele que é de Marte e não fala venusiano. O protótipo do sexo oposto, o alvo clássico dos estratagemas de sedução feminina, que pode ser extremamente excitante – principalmente se souber combater com armas interessantes. Com o adversário se transa por uma noite, se namora por alguns anos e até se casa (cada uma com seu gosto, ninguém tem nada a ver com isso). É o tipo de homem provedor com quem se tem filhos, se briga e se faz as pazes vezes sem conta. Do tipo que se fala mal quando se está entre amigas, porque ele sempre tem mancadas no currículo. Todas as piadas e mitos sexistas que têm como base o estereótipo masculino se relacionam ao adversário. E por mais que se apresentem sob algumas formas variadas, desde o machão ciumento até o pseudogênio prepotente, não deixam de ser o estereótipo.

Homem-amigo é aquele, na maioria das vezes, tão desprovido de interesse sexual que se confunde a uma melhor amiga ou a uma gimnosperma. Não importa considerar que algumas de nós sejam estimuladas por sinapses e outras por músculos. O fato é que o “amigo” pode ter qualquer um dos dois ou até mesmo ambos os predicados, mas ainda lhe faltará o carisma pra se tornar adversário. O homem-amigo é aquele pra quem se tem impulso de contar coisas íntimas e neuróticas, com quem se vai ao cinema completamente interessada no filme em cartaz, perto do qual não se importa muito em ficar sem sutiã. É o homem legal demais pra se ir pra cama e correr o risco de estragar tudo depois. É aquele que não tem mistérios, que transmite segurança, que inspira beijos castos no rosto ou na testa. É o homem com quem não se briga, porque entende tudo quase sempre. Não, não estou dizendo que o homem-amigo seja homossexual – este é apenas um dos gêneros da categoria. Aliás, também se casa e se tem filhos com o homem-amigo, mas de um jeito diferente do adversário. Não será nunca um embate apaixonado e na maioria das vezes tenderá à modorra, por melhor que seja. Note que este não é o tipo de homem para casos, a não ser por aquelas burradas que se faz com duas garrafas de vinho na cabeça e da quais sempre se arrepende no dia seguinte – quando pronto, está estragada a amizade.

E, por fim, há o homem realmente perigoso. Que via de regra exibe um sorriso franco e transmite segurança. Consegue ser gentil, companheiro e amigo, sem se tornar um mero amigo, pois basta um olhar mais acurado – aquela segunda olhada com um pouco mais de atenção – pra se notar um brilho malicioso no olhar. É um tipo absurdamente inteligente, o que nada tem a ver com testes de QI, e que é sempre admirável, seja pelo caráter, pelo senso de humor, pelas habilidades ou pelo magnetismo. É alguém com quem se conversa e se ri durante horas sobre assuntos variados, sem se perceber que tanto tempo passou. É o tipo que sempre consegue um sorriso, não importa o quão grave esteja a sua TPM. Aquele que desarma, que tem o dom de ir se chegando até se tornar imprescindível. É decididamente apaixonante, geralmente aquele amigo – não confundir com o tipo “arroz” do parágrafo anterior – adorável por quem todas as amigas acabam caindo ou se envolvendo de alguma forma. O jeito despretensioso faz com que a mulher se sinta no comando, enquanto, na realidade, está caindo numa doce armadilha. Em suma, é O CARA, com quem se transa, se namora, se casa, se tem filhos e por quem se nutrem paixões platônicas.

Você, mulher que está lendo isso, certamente acenou afirmativamente com a cabeça um monte de vezes e lembrou do fulano, do ciclano, do beltrano e ai...daquele. É, eu sei, companheira, eu também lembrei. HUAHUAhuhuhuahuhauhua

Você, homem, pense: “em que patamar eu me enquadro”? E reflita a respeito. Talvez seja algo revelador sobre as suas relações afetivas até agora e um fator determinante pras suas relações no futuro.